Seguridade Social:acesso à saúde, à previdência e à assistência social.
Pelo fim do fator previdenciário
Lindolfo Luiz dos Santos Neto (*)
Instituído no período neoliberal de FHC, o fator previdenciário é um mecanismo nefasto que subtrai em alguns casos mais de 40% do valor do benefício da aposentaria dos trabalhadores que iniciam o trabalho mais cedo. Diante desse descalabro para com os aposentados e com as mudanças que vivencia o país, ficou clara a necessidade da remoção desse entulho neoliberal.
As propostas apresentadas até o momento, como a formula 85/95, não atendem aos interesses dos trabalhadores, pois penalizam quem começa a trabalhar mais cedo. Tanto o fator previdenciário quanto os outros redutores estão sob a lógica do pseudo “déficit da previdência”, alardeado com o objetivo de tirar direitos adquiridos pelos trabalhadores na Constituição de 1988.
No Fórum Nacional da Previdência, a bancada dos trabalhadores e aposentados demonstrou que a Seguridade Social é superavitária e resgatou o conceito baseado na Constituição de 1988, que estabelece a pluralidade e a exclusividade das fontes de financiamentos.
Em
Com R$ 364,9 bilhões de receitas e de R$ 312,6 bilhões em despesas, o orçamento da Seguridade Social - baseado nas contribuições sociais sobre a folha de salário e o faturamento e o lucro das empresas - apresentou um superávit em 2008 de R$ 52,3 bilhões, mesmo diante da perda da CPMF, que daria uma receita adicional de cerca de R$ 40 bilhões, segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência (Anfip).
Esse resultado foi possível em função do crescimento econômico dos últimos cinco anos – com decisiva participação do consumo das famílias -, mesmo com a crise financeira iniciada no último trimestre do ano passado. Fica demonstrado que é possível não só manter como ampliar ações e programas que beneficiem a população mais pobre do país, contribuindo para o crescimento econômico.
Através de um modelo econômico nacional-desenvolvimentista, serão assegurados os recursos necessários para financiar e melhorar a Seguridade Social no Brasil e não cortando os direitos adquiridos ou aumentando o tempo de contribuição dos trabalhadores.
(*) Diretor-financeiro da CGTB e membro do Fórum Nacional da Previdência
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