18 novembro 2008

Os juros, no Brasil, devem subir ou descer?

Um fato ocorrido, em sala de aula na semana passada, vem me chamando atenção e me intrigando por todos esses dias, até que resolvi a escrever sobre o acontecido aqui no blog, pois julguei bem pertinente.
Estava eu me preparando e apagando a lousa, para iniciar a aula, do 1° ano de Administração, sobre introdução a Microeconomia no curso de “Introdução à Economia” (FAIT - Itapeva/SP), quando de repente me viro para sala, e vejo um aluno de pé ao meu lado. Era um aluno tímido, de voz baixa, que julgo eu, teve vergonha de me fazer uma pergunta de seu lugar ao fundo da sala. Porém, ele me fez a pergunta ali mesmo, sobre uma questão de economia que está em voga nesses dias de crise econômica.
Achei, a priori, que a pergunta não tinha a ver com o tema da aula daquele dia, mas, como não costumo deixar perguntas de alunos sobre economia sem respostas, respondi a ele. Notei que o restante da sala, metade tentava ouvir minha resposta a ele, a outra aproveitou que respondia a somente ele e que aula não tinha começado para conversar. Portanto estendi a pergunta a todos...
“O juros, no Brasil, devem subir ou descer?”
Silêncio total na sala. Eu aproveitei a deixa, como ninguém se arriscou em responder, respirei fundo e respondi assim: “há duas maneiras de responder essa questão, a primeira, se a equipe do Ministério da Economia, for mais keynesiana (heterodoxa) – da forma que o atual governo federal deseja -, a saída para superar a crise é de abaixar os juros, pois assim o crédito e o acesso a moeda estaria mais barato, possibilitando novos investimentos em postos de trabalho e financiando as compras das famílias, garantindo a liquidez do sistema e o aquecimento da demanda, portanto fazendo a economia girar. A segunda forma, de uma linha mais neo-clássica (liberal ortodoxo), a tendência é um aumento do juros, para atrair mais investimentos externos e assim injetar mais dinheiro na economia” e garantir os rendimentos aos investidores, portanto dando mais confiança no sistema financeiro, mas conseqüentemente gerando mais recessão no setor industrial. ... Ficaria tudo respondido sobre a pergunta inicial, se pudéssemos identificar se a equipe econômica seguisse uma ou outra escola econômica. O que acontece é uma divisão da equipe em duas formas de pensar. É que o Banco Central, presidida pelo Meireles, é ortodoxo e o Ministro Guido Mantega, é mais heterodoxo. Ficando, a priori, difícil a tarefa de afirmar se os juros devem ou não subir.”
A conclusão dessa questão foi a seguinte: Nesse momento, esta se travando uma grande batalha interna e de bastidores, sobre qual a tendência do juros no Brasil a ser adotada pela equipe econômica do Governo Federal. Eu aposto, que a linha do Presidente Lula e de seu Ministro irá vencer esta batalha, pelo perfil de seu mandato e pelos sinais já demonstrados, como redução do compulsórios e o fortalecimento do Estado sobre sistema financeiro afim de conceder os créditos necessários para não faltar liquidez na economia, portanto os juro devem abaixar. Que para mim é a melhor forma de garantir uma economia forte e saudável, sem crise.

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