18 outubro 2007

Período Collor

Meu Artigo apresentado na aula de Economia Brasileira do Mestrado.
Período Pré-Collor: Fim dos anos 80

Após o modelo de Estado desenvolvimentista perder o fôlego várias economias mundiais começam a adotar modelos neo-liberais (o velho ideário liberal de Adam Smith, mas, com uma roupagem nova) e remodelado por Hayek, em seu livro O caminho da servidão de 1944, o primeiro a se aventurar nesse caminho foi o Chile de Pìnochet, depois vieram o Reino Unido e os EUA, com Thatcher – ela foi o expoente da transformação neoliberal - e Reagan respectivamente a frente no processo. O Brasil deu sinais de aceitação do novo modelo no final do Governo Sarney, mas não encontrou respaldo político e nem popular para tal transformação.
O neoliberalismo prega um Estado mínimo, para romper com as questões sociais e aumentar o desemprego natural – reduzindo pressões de aumento nos salários -, entre outras ações do ideário neoliberal, como afirma GENNARI (2005) em seu artigo “Globalização, neoliberalismo e exército de reserva no Brasil dos anos 90” (pg, 3 ): 1) Contrair a emissão monetária; 2) Elevar as taxas de juros; 3) Diminuir os impostos sobre os altos rendimentos; 4) Abolir os controles sobre fluxos financeiros; 5) Aplastar as greves; 6) Elaborar legislação anti-sociais; 7) Criar desempregos massivos; 7) cortar gastos públicos; 8) promover amplo programa de privatizações.
Este ideário neoliberal foi estruturado e esquematizado para a América latina, em 1989, num encontro nos EUA, no qual ficou conhecido como o Consenso de Washington. Com o seguinte programa, conforme GENNARI: 1) disciplina fiscal; 2) priorização dos gastos públicos; 3) reforma tributária; 4) liberalização financeira; 5) regime cambial; 6) liberalização comercial; 7) investimento direto estrangeiro; 8) privatização; 9) desregulação da relação trabalhista; 10) defesa da propriedade intelectual.

Período Collor

Fernando Collor de Mello, o Presidente Collor, foi uma personagem montada, para atender aos interesses das classes dominantes, elites nacionais ou não. E coroa as expectativas delas e do mercado internacional aplicando o ideário neoliberal e do Consenso de Washington, como apresenta L.B. CASTRO “Privatização, Abertura e Desindexação: A Primeira Metade dos anos 90” (Economia brasileira contemporânea, Org. F. Giambiagi, pg 141):

“A primeira metade dos anos 90 marca a posse do 1º presidente eleito pelo voto direto, fato que não ocorria desde 1960, no país. A inflação havia ultrapassado 80% ao mês e a economia, que crescera a uma taxa de 7% entre 1930-80, há uma década estava estagnada. Neste contexto é eleito, pelo povo brasileiro, Fernando Collor de Mello, uma operação de autêntico marketing eleitoral, sem precedentes na história do Brasil.”

Collor rompeu com o modelo de desenvolvimento estatal característico do Brasil, saindo do MSI (modelo de substituição por importação) cepalino e indo em direção ao modelo do Consenso de Washington, para tal implementou o PICE ( política industrial e de comércio exterior), o PND (plano nacional de desestatização) e a extinção do “anexo c” da CACEX (departamento este que regulava as importações, que fora totalmente extinto para liberalizar as importações e abrindo nosso mercado ao exterior).
Todos esse programas e planos eram de cunho neoliberal, e não tinham o tratamento de “modernizar a economia interna do país” com nova “política econômica” como propagavam na época, Collor estava apenas focando a estabilização da economia e controlar a inflação era sua meta. Para isso foram criados dois planos, Collor I e II – Collor I ficou conhecido, como o maior seqüestro de liquidez do país -, sem sucesso na suas propostas de estabilização, este só fora conseguido no Governo Itamar, com o Plano Real. Seus sucessivos fracassos dos planos econômicos e da brutal recessão da economia – devido a liberalização da economia -, associados aos escândalos morais e políticos resultaram no impeachment, do Presidente Collor, assumindo em seu lugar o Vice Itamar.

Período Itamar

Itamar Franco, figura pouco conhecida na política nacional até então assume o governo da República, apesar de possuir uma história de nacionalista e desenvolvimentista, ele garantiu no seu governo seria mantido o processo liberalizante e acelerou ainda mais o programa neoliberal iniciado por Collor. Foram realizadas várias privatizações entre outras ações para o desmonte do Estado brasileiro, mas o que mais marcou seu governo foi ter nomeado o então Senador Fernando Henrique Cardoso, para ocupar o ministério da economia, e conceber um plano de estabilização da economia de cunho neoliberal, o Plano Real.

Um comentário:

Luis Henrique disse...

parabéns pelos artigo!
e obrigado pelo link. linkaremos em breve.

saudações.