Quais os reflexos da fusão entre Itaú e Unibanco para o município de Itapeva?
A assessoria de imprensa do Banco Itaú anunciou na segunda-feira (03) a associação com o Unibanco, que se transformará em um conglomerado situado entre as 20 maiores instituições financeiras do mundo e o maior do Hemisfério Sul, com um ativo superior a R$ 575 bilhões, sendo R$ 396,6 bilhões do Itaú e R$ 178,5 bilhões do Unibanco.
O patrimônio líquido previsto com a fusão será de cerca de R$ 51,7 bilhões, segundo a Comissão de Valores Mobiliários. O Unibanco comunicou que os clientes vão continuar usando normalmente os serviços de atendimento, como emissões de cheque, cartões e demais produtos e serviços. Segundo nota divulgada à imprensa, as negociações duraram 15 meses. O presidente do conselho da nova empresa será Pedro Moreira Salles e o presidente executivo, Roberto Egídio Setúbal.
A nova empresa terá cerca de 4,8 mil agências e postos de atendimento ao público, o que representará 18% da rede bancária do país e 14,5 milhões de correntistas, ou 18% do mercado. O novo banco representará 19% do volume de crédito do sistema brasileiro.
E quais reflexos isso pode trazer para o país, bem como ao município de Itapeva, que possui as duas agências em sua área central? Para responder estas e outras perguntas nossa equipe de reportagem - ITANEWS - entrevistou o economista e professor Flauzino Antunes Neto, confira:
IN - O que essa fusão entre os bancos Itaú e Unibanco pode trazer de benefício para o nosso país e nossa cidade?
Flauzino - O ponto positivo dessa união é que nós teremos uma empresa forte no setor financeiro, bem assegurada para poder enfrentar qualquer turbulência que venha a ter no mercado financeiro, ou mediante a crise que está acontecendo dentro do mercado nacional. Outro ponto é que, se for realmente concretizado o foco de se tornar uma empresa para competir globalmente, nós estaríamos trazendo dividendos para dentro do Brasil, porque o Unibanco e o Itaú estariam comprando agências em bancos fora do país, como na América Latina, Europa, Ásia e talvez na África. Assim eles vão aumentando esse leque de participações em países que vão trazer dividendos de lá para o nosso, fortalecendo ainda mais a instituição.
IN - Isso pode permitir que agências do exterior se apossem das empresas do Brasil e as torne, por exemplo, uma agência estrangeira?
Flauzino - O que acontece é que no meio empresarial, global de competitividade, eles falam como se fossem peixes pequenos que são engolidos por peixes médios, que são engolidos pelo peixe grande. A partir do momento que você vira grande, estará engolindo os menores, desta forma fortalecendo o banco nacional, o Unibanco e Itaú, tornando-se grandes, não correm o risco de ser engolido. Haja vista o caso da AMBEV – Brahma e a Antártica vinham comprando as menores do mercado nacional, ao ponto, de as duas dominarem o setor, e se fundiram -, em que alguns economistas brasileiros achavam que tinham virado uma empresa global, forte que começaria a engolir as menores, mas o que aconteceu foi o contrário, ela se tornou grande e veio uma outra maior, da Bélgica, que fez uma fusão com ela, deixando nós sem a empresa nacional. Temos que torcer para que aconteça o contrário, que Unibanco e Itaú comprem os outros sem correr esse risco.
IN - Quais são os aspectos negativos dessa fusão?
Flauzino - A concorrência entre os bancos não vai existir mais, pois conforme você diminui um, engolindo o outro, vai sobrar um ou dois, para nós consumidores do serviço de banco. Estamos reféns dos preços que eles vão praticar. Não temos para quem correr, então há uma concentração muito grande em poucas empresas. Isso é ruim para o consumidor e para o desenvolvimento, pois valores bons e melhores serviços acabam não existindo por fata de concorrência.
IN - O senhor acredita que haverá uma diminuição nas taxas pagas pelos correntistas com essa fusão? Ou essa falta de concorrência possibilitará um aumento nesse aspecto?
Flauzino - Sempre falamos no meio econômico que é a oferta e a demanda que determinam os preços das mercadorias e serviços. No caso, quando não há concorrência isso deixa de ser verdade, pois quem vai determinar os preços são essas poucas empresas. Então se eles colocarem um preço mais alto, nós consumidores não temos para onde correr. A tendência é que fique do jeito que esses bancos vão determinar, com certeza mais alto do que as praticadas agora.
IN - O senhor acredita que agências bancárias irão fechar, gerando desempregos com essa fusão?
Flauzino - Se a meta do banco for o crescimento, ou seja número de agências, que é o que eles estão procurando eu acredito que não, mas no caso particular de Itapeva acho que não cabem duas agências do mesmo banco e infelizmente uma vai ser sacrificada. Já temos a experiência aqui quando o Bradesco comprou o antigo Mercantil Finasa. Aqui ficou só o Bradesco e acho que a experiência vai ser a mesma.
IN - Qual vai o impacto disso diretamente aos correntistas. Eles tem algo com que se preocupar?
Flauzino - Esse setor financeiro gira em torno de confiança. Nós cidadãos comuns deixamos nosso dinheiro no banco e esperamos que a toda a hora que precisemos, o nosso dinheiro esteja lá. Então com essa fusão a confiança aumentou. Acho que não vai mudar, posso dizer que vai até aumentar o nível de confiança, porque o banco não corre risco de quebrar. Vai haver facilidade, pois as duas agências têm o banco 24 horas e agora os correntistas podem acessar qualquer um dos caixas eletrônicos. Em termos de serviços, nem eles mesmos estão sabendo como será. Tem uns 15 meses por aí para acertar tudo. Os correntistas não têm com o que se preocupar, pois vai ser um negócio bom para eles em termos de confiança. Já em termos de tarifa, fica meio no ar.
A assessoria de imprensa do Banco Itaú anunciou na segunda-feira (03) a associação com o Unibanco, que se transformará em um conglomerado situado entre as 20 maiores instituições financeiras do mundo e o maior do Hemisfério Sul, com um ativo superior a R$ 575 bilhões, sendo R$ 396,6 bilhões do Itaú e R$ 178,5 bilhões do Unibanco.
O patrimônio líquido previsto com a fusão será de cerca de R$ 51,7 bilhões, segundo a Comissão de Valores Mobiliários. O Unibanco comunicou que os clientes vão continuar usando normalmente os serviços de atendimento, como emissões de cheque, cartões e demais produtos e serviços. Segundo nota divulgada à imprensa, as negociações duraram 15 meses. O presidente do conselho da nova empresa será Pedro Moreira Salles e o presidente executivo, Roberto Egídio Setúbal.
A nova empresa terá cerca de 4,8 mil agências e postos de atendimento ao público, o que representará 18% da rede bancária do país e 14,5 milhões de correntistas, ou 18% do mercado. O novo banco representará 19% do volume de crédito do sistema brasileiro.
E quais reflexos isso pode trazer para o país, bem como ao município de Itapeva, que possui as duas agências em sua área central? Para responder estas e outras perguntas nossa equipe de reportagem - ITANEWS - entrevistou o economista e professor Flauzino Antunes Neto, confira:
IN - O que essa fusão entre os bancos Itaú e Unibanco pode trazer de benefício para o nosso país e nossa cidade?
Flauzino - O ponto positivo dessa união é que nós teremos uma empresa forte no setor financeiro, bem assegurada para poder enfrentar qualquer turbulência que venha a ter no mercado financeiro, ou mediante a crise que está acontecendo dentro do mercado nacional. Outro ponto é que, se for realmente concretizado o foco de se tornar uma empresa para competir globalmente, nós estaríamos trazendo dividendos para dentro do Brasil, porque o Unibanco e o Itaú estariam comprando agências em bancos fora do país, como na América Latina, Europa, Ásia e talvez na África. Assim eles vão aumentando esse leque de participações em países que vão trazer dividendos de lá para o nosso, fortalecendo ainda mais a instituição.
IN - Isso pode permitir que agências do exterior se apossem das empresas do Brasil e as torne, por exemplo, uma agência estrangeira?
Flauzino - O que acontece é que no meio empresarial, global de competitividade, eles falam como se fossem peixes pequenos que são engolidos por peixes médios, que são engolidos pelo peixe grande. A partir do momento que você vira grande, estará engolindo os menores, desta forma fortalecendo o banco nacional, o Unibanco e Itaú, tornando-se grandes, não correm o risco de ser engolido. Haja vista o caso da AMBEV – Brahma e a Antártica vinham comprando as menores do mercado nacional, ao ponto, de as duas dominarem o setor, e se fundiram -, em que alguns economistas brasileiros achavam que tinham virado uma empresa global, forte que começaria a engolir as menores, mas o que aconteceu foi o contrário, ela se tornou grande e veio uma outra maior, da Bélgica, que fez uma fusão com ela, deixando nós sem a empresa nacional. Temos que torcer para que aconteça o contrário, que Unibanco e Itaú comprem os outros sem correr esse risco.
IN - Quais são os aspectos negativos dessa fusão?
Flauzino - A concorrência entre os bancos não vai existir mais, pois conforme você diminui um, engolindo o outro, vai sobrar um ou dois, para nós consumidores do serviço de banco. Estamos reféns dos preços que eles vão praticar. Não temos para quem correr, então há uma concentração muito grande em poucas empresas. Isso é ruim para o consumidor e para o desenvolvimento, pois valores bons e melhores serviços acabam não existindo por fata de concorrência.
IN - O senhor acredita que haverá uma diminuição nas taxas pagas pelos correntistas com essa fusão? Ou essa falta de concorrência possibilitará um aumento nesse aspecto?
Flauzino - Sempre falamos no meio econômico que é a oferta e a demanda que determinam os preços das mercadorias e serviços. No caso, quando não há concorrência isso deixa de ser verdade, pois quem vai determinar os preços são essas poucas empresas. Então se eles colocarem um preço mais alto, nós consumidores não temos para onde correr. A tendência é que fique do jeito que esses bancos vão determinar, com certeza mais alto do que as praticadas agora.
IN - O senhor acredita que agências bancárias irão fechar, gerando desempregos com essa fusão?
Flauzino - Se a meta do banco for o crescimento, ou seja número de agências, que é o que eles estão procurando eu acredito que não, mas no caso particular de Itapeva acho que não cabem duas agências do mesmo banco e infelizmente uma vai ser sacrificada. Já temos a experiência aqui quando o Bradesco comprou o antigo Mercantil Finasa. Aqui ficou só o Bradesco e acho que a experiência vai ser a mesma.
IN - Qual vai o impacto disso diretamente aos correntistas. Eles tem algo com que se preocupar?
Flauzino - Esse setor financeiro gira em torno de confiança. Nós cidadãos comuns deixamos nosso dinheiro no banco e esperamos que a toda a hora que precisemos, o nosso dinheiro esteja lá. Então com essa fusão a confiança aumentou. Acho que não vai mudar, posso dizer que vai até aumentar o nível de confiança, porque o banco não corre risco de quebrar. Vai haver facilidade, pois as duas agências têm o banco 24 horas e agora os correntistas podem acessar qualquer um dos caixas eletrônicos. Em termos de serviços, nem eles mesmos estão sabendo como será. Tem uns 15 meses por aí para acertar tudo. Os correntistas não têm com o que se preocupar, pois vai ser um negócio bom para eles em termos de confiança. Já em termos de tarifa, fica meio no ar.
IN - Continuará existindo as agências Unibanco e Itaú, ou esses dois nomes não haverão mais, criando assim uma terceira marca, a qual será a junção dos dois?
Flauzino - A tendência é surgir um terceiro nome com a junção das duas, pois é o mais lógico, até para questão operacional e de custo da própria empresa. Não teve a compra de um banco pelo outro, eles fundiram e formaram uma outra empresa, sendo 60% da decisão nacional do grupo Itaú e 40% do Unibanco. Eles têm marcas, independentes de agências e com outros nomes, mas vai depender deles. O que temos lido e acompanhado é que terá um terceiro nome, mas, o Itaú tende a prevalecer.
Flauzino - A tendência é surgir um terceiro nome com a junção das duas, pois é o mais lógico, até para questão operacional e de custo da própria empresa. Não teve a compra de um banco pelo outro, eles fundiram e formaram uma outra empresa, sendo 60% da decisão nacional do grupo Itaú e 40% do Unibanco. Eles têm marcas, independentes de agências e com outros nomes, mas vai depender deles. O que temos lido e acompanhado é que terá um terceiro nome, mas, o Itaú tende a prevalecer.
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