Em 1929, com a súbita quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em outubro daquele ano, deu-se a mais calamitosa debâcle econômica e social deste século. É certo que ocorreram outras no passado, mas nenhuma delas atingiu as proporções do Big Crash que devastou quase o mundo inteiro. Os Estados Unidos chegaram a contar 14 milhões de desempregados enquanto a Alemanha somou mais de 6 milhões. A extensão e a profundidade dela fez com que as teorias conhecidas até então (as denominadas "clássicas", não-marxistas) se mostrassem impotentes em resolvê-la. Na mentalidade liberal "ortodoxa" então vigente, as crises eram entendidas como coisa temporária, simples "ajustes de mercado", sem maiores conseqüências do que algumas falências e concordatas.A Grande Depressão, como passou a ser chamada, estendeu-se porém por muitos anos e foi a principal responsável - com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha em 1933 -, pela eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Foi em tal cenário desesperador que emergiu a teoria keynesiana. Nascido em Londres em 1883, John Maynard Keynes era um eminente economista inglês que elaborou uma sofisticada fórmula para salvar o capitalismo da depressão em que se encontrava. De 1930 até 1936, ele publicou uma série de artigos e livros (o mais famoso deles foi A Teoria Geral...) procurando mobilizar seus colegas economistas e influenciar os políticos para que seguissem sua receita.
Keynes interpretava a crise como resultado da recusa dos capitalistas em investir. A palavra chave era pois o investimento(*). E porque eles negavam-se a isso? Porque não viam nenhuma perspectiva de retorno lucrativo no que aplicassem. O investimento pois dependia sempre das expectativas futuras. O capitalista, para decidir-se, tinha que levar em conta a evolução e o comportamento do mercado, quanto pagaria de salário, e qual seria o preço das matérias-primas necessárias à produção. Havendo sérias dúvidas a respeito ele optava por não correr o risco. Era preferível guardar o dinheiro, entesourá-lo.
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